Estudo avaliou mais de cem pessoas usando ayahuasca há 15 anos.

Ayahuasca mudou a vida de inúmeras pessoas para melhor. Tão importante quanto isso, a pesquisa mostrou que mesmo o uso a longo prazo da substância psicodélica não causa efeitos psiquiátricos ou neuropsicológicos negativos.

Uma série de estudos realizados ao longo das últimas décadas produziram evidências de que a ayahuasca – que é produzida a partir de plantas que crescem na selva amazônica e quando ingerida leva seus usuários a uma jornada espiritual psicodélica – não prejudica as pessoas que a consomem. Um estudo de 2012 conduzido pelo Hospital Sant Pau em Barcelona levou para casa a mensagem com rigor científico.

A pesquisa analisou 127 pessoas que tinham usado ayahuasca, pelo menos, duas vezes por mês por 15 anos e comparou-as com um grupo que nunca tinha tomado a substância. Depois de passar por uma série de entrevistas e testes, o estudo concluiu que “não há evidência de desajuste psicológico, deterioração da saúde mental ou transtorno cognitivo no grupo que estava usando ayahuasca.” Os usuários de psicodélicos ainda pontuaram melhor em alguns dos testes cognitivos do que a contraparte.

O estudo foi financiado pelo International Center for Ethnobotanical Education, Research & Service, ou ICEERS. Embora não haja nenhuma evidência específica de dano, ICEERS recomenda às pessoas com problemas cardíacos e pessoas que tomam medicamentos relacionados com a serotonina como antidepressivos, evitarem ayahuasca como uma precaução.

O estudo de 2012 menciona que havia uma certa auto seleção quando se tratava do assunto – qualquer um que tinha experimentado dano com ayahuasca presumivelmente não iria continuar a tomá-lo de forma consistente por 15 anos. No entanto, a ciência da forma como a substância funciona no cérebro corrobora relatórios de resultados benéficos. Ayahuasca permite que o cérebro ignore algumas vias construídas, o que significa, por exemplo, que as pessoas são capazes de superar as respostas arraigadas a um estímulo baseado em trauma passado. Os usuários são realmente capazes de redefinir algumas das conexões do cérebro para curar as feridas do passado, em outras palavras.

A chave para os efeitos curativos também pode ser o caminho. A substância é administrada em cerimônias tradicionais. “Não é a ayahuasca”, disse o psiquiatra e especialista em dependência Dr. Josep Fabregas em um documentário sobre o psicodélico. “É o uso ritual da ayahuasca”.

Em qualquer caso, parece claro que quando se trata de tratamentos de ayahuasca, os profissionais podem ter certeza de que eles estão observando a primeira regra da medicina – não causar dano.

Matéria retirada do site: http://brotandoconsciencia.com.br/sa-consciencia/1128/ visita em 27/09/2015